quarta-feira, setembro 14, 2005

A Casa

Entre 1987 e 1991 eu vivi não em Arcoverde, como muita gente pensa, mas em Passira, cidadezinha próxima de Limoeiro, num lugar onde o Agreste começa a virar Zona da Mata. Dadas as características do emprego de meu pai, ele precisava ficar se deslocando o tempo todo, com uma periodicidade de cerca de 4, 5 anos. É uma política louca, a de RH do Banco do Brasil, mas não se pode negar que foi ela que me fez viajar um bocado.

Nesse período, eu vivi em uma casa extremamente simpática por lá. Não era exatamente uma casa, vá lá, era uma espécie de chácara. A propriedade era bem ampla, com a casa bem no centro da planta baixa. Ela ficava no alto de um pequeno morro, de onde se via quase toda a cidade. Do lado esquerdo de quem olhava para a rua a partir do pátio da casa (que estava construída em uma espécie de terraço em relação à encosta) havia um pequeno bosque com muitas árvores frondosas, e do lado direito, um monte de pinheiros e eucaliptos. Ah, e a valeta onde eu enfiei o carro do meu pai, que inadvertidamente me deixou dentro dele, aos 4 anos de idade, enquanto abria a porta da garagem.

A casa em si tinha apenas 3 quartos, mas era enorme e muito bem dividida. Tinha um maravilhoso pátio na frente e do lado direito, e um espaçoso e arejado terraço. Na sala de jantar, havia uma janela que ocupava toda a extensão da parede que dava para o lado de fora, de uma ponta a outra. Por isso, era muito bem iluminada, mas tinha o pequeno inconveniente de receber a luz da tarde. Pra mim, bobagem, não me importo de ter uma visão privilegiada do pôr-do-sol todos os dias, e nisso a casa era favorecida. O mesmo quanto a iluminação poderia ser dito em relação aos outros cômodos, o que dispensava facilmente o uso de luz elétrica até umas 6 e meia da noite.

Me lembrei da casa pois há poucas semanas sonhei que voltava lá. Parecia que meus pais a haviam comprado, ou alugado, como uma espécie de casa de campo. E estava nevando (!). Não aquela neve pesada, mas o suficiente para manter uma fina camada de neve pelo chão. o que contribuía para aumentar o charme do lugar. Talvez isso tudo seja apenas vontade de comprar ela, se um dia aparecesse dinheiro em minha mão... quem sabe...

1 Aberto a Opiniões:

Blogger Edson disse...

Neve em Passira. Surreal. Pena, queria ter vivido mais no Sertão, dizer que sou sertanejo, essas coisas. É até charmoso, sabe? :p

11:58 AM  

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