domingo, abril 29, 2007

Dove... Quando... (Parte Uno)

Descobri Premiata Forneria Marconi através de um colega meu da faculdade. Era uma banda de rock progressivo italiana, não mais que isso. Até que um dia me deu paùra de ouvir, e descobri essa pérola. Está no primeiro álbum da banda, Storia di Un Minuto, repleto de influências renascentistas.

Dove stai? Dove sei?
Solo dentro me
Cosa fai? Come sei?
Solo come me
Inventarti qua e là
È gioccho vecchio oramai:
Bussa già
La fretta di te

Que farai, amore mio?
Que sorriso avrai?
Dai tuoi si, dai tuoi no
Cosa imparerò?
Principessa serena del cielo que avrò:
Bussa già
La fretta di te

*Tradução livre para o português:

Onde tu estás? Onde tu estás?
Somente dentro de mim
Que fazes? Como és?
Somente como eu
Te inventar aqui e acolá
Já é um jogo velho:
Cessa logo
Essa ânsia de você

Que fazes, meu amor?
Que sorriso tens?
O que tu aprendeste,
ou que não aprendeste?
Princesa serena do céu que possuis:
Cessa logo
Essa ânsia de você

quarta-feira, abril 18, 2007

E a Paraíba? Impressões ao viajar

Para quem não sabe, para se ir de Recife a João Pessoa é necessário tomar a BR-101 no rumo norte, passando pela rodovia estadual PE-15 (triplicada com um monte de publicidade do governo Jarbas). Ao sair dessa rodovia, que é curtinha, você cai de pára-quedas no resto de Mata Norte que resta antes das praias do litoral norte propriamente ditas. É aqui que ficam Itamaracá, Ponta de Pedra, Carne de Vaca e outras, normalmente menos badaladas que o litoral sul. E tome cana-de-açúcar e uns resquícios de mata atlântica que teimam em continuar a existir!

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É impressionante a quantidade de bambuzais que existem por ali. Muitos, muitos mesmo. Se um dia o desenvolvimento econômico chinês terminar com os que existem por lá, já sei onde vão filmar os filmes-de-kung-fu-com-fotografia-bonita-e-atrizes-que-parecem-bonecas.

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No município de Igarassu tem uma das zonas rurais mais bonitinhas que já vi. Casinhas de fazenda de alvenaria, caiadas ou pintadas com tinta em pó, pomares (com muitas mangueiras, como é comum por aquela região), pirralhada jogando bola no campinho de terra batida num sábado de tardezinha...

Juro que fiquei com vontade de parar o ônibus e tirar um cochilinho numa sombra daquelas.

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É abismal a diferença do lado da fronteira pernambucano pro lado paraibano. Lá, a mata atlântica está muito mais preservada. Tem suas plantações de cana ali, uma granja acolá, mas de uma maneira geral é muito mais verde e bonita que nós aqui, imediatamente ao sul.

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João Pessoa é um verdadeiro inferno para quem chega de carro e não conhece a cidade. Mesmo quem, como eu, já foi lá 3 vezes, fica desorientado com a quantidade de nós que é preciso dar para chegar à rodoviária, ou ao centro da cidade. São 2 anéis viários, 2 rodovias federais, sem falar dos acessos para a região metropolitana (pasme, Jampa tem isso sim), com a mais parca sinalização possível, apesar da estrada ser boa. Por um momento, cheguei a pensar que o ônibus tinha pego a estrada para Campina Grande.

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A orientação dentro de João Pessoa também não é das melhores. Não vi uma indicação de que bairro ou avenida eu estava. Sabia, e ainda assim muito mal, por causa das lembranças das outras vezes que vim aqui. Mas às vezes ficava meio difícil diferenciar a avenida Rui Carneiro da Epitácio Pessoa. Ambas ficaram conhecidas na minha cabeça como "as avenidas com canteiro central".

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Mas verdade seja dita, a cidade é muito bem arborizada. Isso dava um feeling visual ótimo, já que não tinha mesmo muito impacto na temperatura. Estava quente pra cacete, mas isso não me impediu de admirar as praças e as construções, mais agradáveis e abundantes que em Recife. E, pelo menos na maioria dos bairros que eu vi, havia uma preocupação urbanística maior. O custo de vida, então, permite que você pague 500 reais de aluguel e condomínio por um apartamento ótimo nos melhores bairros da cidade.

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Pena que, acertando pouco mais de 50% da prova, minhas chances de ir para lá são nulas. Mas tem problema não.