terça-feira, julho 26, 2005

Panic

Terrorismo.

De todos os aspectos que fazem o meu mundo rodar e me deixar tonto, certamente esse é um dos mais assustadores.

Imagino como deve ser uma cidade atormentada pelo pânico de um ataque terrorista. Pode ser de qualquer forma: seja por nacionalistas bascos, galegos, irlandeses ou palestinos, que lutam por uma causa justa pelos meios injustos, seja por algum fanático religioso que perdeu a noção de que não se pode agredir outra pessoa sob pena de ir de encontro à própria lei divina estabelecida dentro daqueles princípios que norteiam sua crença, deve ser uma cena assustadora.

É quase possível ver aquele monte de policiais e soldados correndo de um lado para o outro, gritando ordens, ambulâncias tratando de feridos em estado grave, helicópteros e aviões voando baixo, fitas amarelas onde se lê "não ultrapasse", confusão, desordem, medo, medo, medo... o mesmo medo que acaba transformando o terrorismo de grupo em terrorismo de Estado, como aconteceu com o mineiro Jean Charles, sumariamente executado por policiais britânicos.

Às vezes temos vontade de mandar parar o mundo por que queremos descer. Quando esse tipo de coisa acontece, quando os homens bombas explodem e os inocentes são executados por qualquer meio, eu sinto falta, muita falta da cordinha da parada...

quarta-feira, julho 20, 2005

Aos amigos

Vocês sempre estiveram ao meu lado nos meus momentos de felicidade e tristeza. Quando precisávamos farrear, farreamos juntos, e quando precisávamos nos sentar para conversar e colocar as angústias, os temores e os pesares para fora, também fizemos isso com a classe de uma situação descrita por um García Márquez ou Pablo Neruda.

É por isso que eu agradeço a todos vocês. Feliz Dia dos Amigos.

segunda-feira, julho 18, 2005

Taking a deep breathe

Fui para Arcoverde este fim de semana. Até aí, nenhuma novidade.

Todo mundo, se já não passou por isso, um dia vai passar: existe momentos pelo qual nós passamos no qual tudo o que queremos é nos isolar do mundo, passar um bom tempo apenas recluso com os próprios fantasmas. Eu precisava tomar esse fôlego para poder voltar a todas as minhas obrigações aqui em Recife, que desde o início deste ano não têm sido poucas.

Posso dizer que meu objetivo foi alcançado. Apesar do resfriado que me atinge sempre que eu sofro alguma variação brusca de temperatura (como abaixo da casa dos 18 graus), tive uns bons momentos de paz ao fazer alguns programas do tipo abraça-árvore, como contemplar um pouco a paisagem da região e cuidar do bonsai que eu estou cultivando. A sugestão que fica é: mesmo que você não possa ou simplesmente não goste de ir para algum buraco no interior, às vezes é preciso retomar o contato com aquilo que temos de mais primordial (no meu caso, o contato com a terra) para tentar entender os diversos planos de nossa realidade. Vale a pena.

quinta-feira, julho 14, 2005

Grease

(B. Gibb/R. Gibb/M. Gibb - Versão do filme por Frank Valli)

I solve my problems and I feel the light
We got a lovin' thing, we gotta feed it right
There ain't no danger we can go too far
We start believing now that we can be who we are

Grease is the word

They think our love is just a growing pain
Why don't they understand? It's just a crying shame.
Their lips are lying, only real is real
We stop the fight right now we got to be what we feel

Grease is the word

Grease is the word, is the word that you heard
It's got groove, it's got meaning
Grease is the time, is the place, is the motion
Grease is the way we are feeling

We take the pressure and we throw away
Conventionality belongs to yesterday
There is a chance that we can make it so far
We start believing now that we can be who we are

Grease is the word

Grease is the word, is the word that you heard
It's got groove, it's got meaning
Grease is the time, is the place, is the motion
Grease is the way we are feeling

This is a life of illusion
Wrapped up in trouble laced with confusion
What we doing here?

We take the pressure and we throw away
Conventionality belongs to yesterday
There is a chance that we can make it so far
We start believing now that we can be who we are

Grease is the word

Grease is the word, is the word that that you heard
It's got groove, it's got meaning
Grease is the time, is the place, is the motion
Grease is the way we are feeling

Grease is the word

Grease is the word, is the word that you heard
It's got groove, it's got meaning
Grease is the time, is the place, is the motion
Grease is the way we are feeling

Grease is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word
Is the word

* * *

Por que hoje eu estou com nostalgia do que não vivi :)

domingo, julho 10, 2005

Fracasso!

...
"Alô?"
"Alô, XXX(¹)?"
"Oi"
"É Víctor"
"Oi, tudo bem com você?"
"Tudo bem, e com você?"
"Tudo bem..."
"Er... Estás muito ocupada agora?"
"Bom, na verdade eu estava estudando..."
"Ah, então deixa pra lá, depois eu te ligo(²)"
"Não, pode falar, o que era?"
"Ah, eu queria só conversar contigo... mas pode esperar..."
"Bom, se quiser falar agora..."
"Não, não é legal eu ficar te incomodando agora. Até depois..."
*clic!*

* * *

É por essas e outras que eu acho que na verdade não estou inserido na Matrix, mas sim num livro de crônicas do Luís Fernando Veríssimo.

Impressionante o quanto eu consigo ficar angustiado com o simples fato de incomodar alguém. Me dói ter que pensar que aquele meu interlocutor, que muitas vezes pode até ser meu amigo de longa data já, tenha que interromper qualquer atividade (que geralmente é mais interessante que eu, penso) para ter que alugar o seu ouvido para mim.

Ainda mais considerando que é alguém que, bom, você possa sentir algum tipo de interesse. De fato, eu tenho mais coragem para esse tipo de coisa escrevendo do que falando. Conversas por telefone são para mim um nível de intimidade acima da conversa via MSN ou e-mail. Sempre fica aquele medo: "e se ela não gostar de meu tom de voz?", "e se ela perceber que eu estou gostando dela?", "e se ela resolver me cortar de vez?", "e se ela não sentir segurança em mim?", "e se eu ficar me preocupando muito, será que não vou perder uma oportunidade?", etc, etc, etc...

O pior é que eu já me criticaram pra caramba nesse sentido. Provavelmente, eu já perdi grandes oportunidades por simplesmente não ter insistido. E eu realmente me cobro muito no sentido de ser mais proativo dentro de meus relacionamentos.

Mas meu instinto de ovelha não deixa. *suspiro*

NOTAS DE RODAPÉ:
¹XXX dessa conversa não tem nada a ver com a XXX do post abaixo.
²Eu liguei para ela de novo, agora à noite. Ela estava com visita em casa e o instinto de ovelha mais uma vez falou mais alto. *suspiro profundo*

quarta-feira, julho 06, 2005

"Ah, foi só um sonho..."

Já é quase clichê, senhoras e senhores, mas considerando que este é meu blog, então o clichê é meu e eu faço com ele o que bem quiser... Lá vai.

Os sonhos podem ser fontes muito, mas muito interessantes de inspiração para posts. Alguns amigos meus já o exploraram extensivamente em seus blogs. Uma conhecida minha, então, fez um blog só sobre os sonhos bizarros que ela tem. Eu não sou muito diferente.

O problema é que sonho louco não é todo o dia que se tem. Parece ser necessária toda uma conjunção de astros (isso vai interessar a senhorita NP, João Neto, etc., etc....) para que se produza uma obra-prima digna de ser filmada por alguém como Peter Greenaway e Lars von Trier. Pois o sonho louco na verdade é quase um filme do Dogma 95. Com sessão exclusiva para você, que também é ator e segura a 8 mm na mão.

Falando neles, em primeira mão, algumas das coisas que me vieram à cabeça nos últimos meses:

- Eu estava no interior, no que parecia ser a antiga fazenda de meu avô, hoje tocada por um tio meu. Por trás da sede da fazenda existe um enorme campo gramado, que era usado para eventuais jogos de futebol, com nada além de uma casa de farinha (a casa não era de farinha, era onde se fazia farinha) e um enorme e n-centenário pau-ferro no meio de tudo. E por trás disso tinha um pequeno bosque, ao lado de umas rochas de granito. Pois bem, eis que eu ia me esconder com alguém no bosque, e, quando voltava, encontrava o campo gramado todo plantado com feijão. Vendo a minha surpresa, essa pessoa que estava comigo (e que eu não conseguia ver quem era) me explicou que os campos de feijão haviam sido plantados quando o México havia tentado nos invadir (??????). "Os campos de feijão serviam de camuflagem para nós", disse a pessoa (??????????????). Aí eu acordei;

- Segunda bizarrice: Eu estava vivendo minha vidinha normalmente, até que uma amiga minha (que aqui será identificada apenas por XXX e não sabe dessa história) chega pra mim com um barrigão de 4, 5 meses de gravidez. É, eu sei identificar de quantos meses uma barriga é. Enfim, XXX chegava pra mim e dizia: "e aí, rapaz, que decisão você vai tomar quanto a isso?", ao mesmo tempo que abria a tradicional bata de grávida. Donde se supõe que: sim, isso mesmo, o pai era eu! E o pior é que eu nunca tive nada com essa menina, nem nunca vi ela com outros olhos que não fossem os de amigo... Mas como eu considero ela pra caramba, eu não tive outra alternativa a não ser casar. A fita avança, e me mostra alguns meses depois do casamento, mas antes ainda do baby nascer. E o futuro era assustador: XXX provou ser a esposa mais jogo duro que alguém poderia ter, dessas que ficam com o rolo de massa na mão esperando você, para bater primeiro e perguntar depois. E eu? Não, eu não vou dar uma de macho latino. Eu apanhava mesmo. E desce o pano do teatro.

* * *

Dual Being é um projeto de dois blogs, como o próprio nome indica. Este aqui, de caráter mais pessoal, já deslanchou. O outro, no qual eu vou falar sobre política, ainda está engatinhando, só que mais cedo ou mais tarde vai sair. Aguardo a opinião de todos.